sexta-feira, 4 de maio de 2012

Maurício de Nassau

Maurício de Nassau teve uma formação Protestante, laços de parentesco com famílias nobres neerlandesas, que o levou a ingressar, em 1621, na carreira militar a serviço dos Países Baixos. Nassau convivia com artista e homens de letra. Em 1632 Nassau, entusiasta da arquitetura, começou a construir a luxuosa Mauritshuis, em Haia, projeto do famoso arquiteto Jacob van Campen. Na execução desta obra veio a comprometer os seus recursos, pois as despesas ascenderiam a meio milhão de florins.
Essa foi razão, para Maurício de Nassau aceitar o convite da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (WIC) para administrar os domínios por ela conquistados na região Nordeste do Brasil (1636), Capitania de Pernambuco, recebendo uma ajuda de custo de 6.000 florins (equipamento) e salário mensal de 1.500 florins, o soldo de Coronel do Exército, além de uma participação de 2% sobre os lucros. E com todas as despesas pagas de seus dezoito criados, seu medico e seu secretario. Nassau prestou juramento perante comprometendo-se pelo prazo de cinco anos a ser o Governador, Almirante e Capitão-General dos domínios conquistados e por conquistar pela Companhia das Índias Ocidentais no Brasil.
Chegou, expulsou os portugueses e foi recebido com alegria. Estabeleceu relações amistosas entre neerlandeses, comerciantes e latifundiários. Estes restauraram seus engenhos com empréstimos concedidos pela WIC, utilizados também na venda a crédito dos engenhos abandonados, visando restabelecer a produção de açúcar. Nassau incrementou no Nordeste a economia açucareira, introduziu métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo. Apesar de calvinista, permitiu a liberdade de culto entre os povos que foram atraídos para a Nova Holanda. Neste período foi fundada uma sinagoga no Recife, considerada a primeira das Américas. Decidido a transformar o Recife em uma moderna capital, Maurício de Nassau é responsável pelos atuais traçados urbanísticos de Recife como os bairros de Santo Antônio e São José, onde drenou terrenos, construiu canais, diques, pontes, palácios, jardins, um museu natural e um observatório astronômico. Organizou serviços públicos essenciais como o de bombeiros e de coleta de lixo.
Administrador eficiente e conciliatório, sob sua gestão (1637-1644) o domínio neerlandês no Brasil atingiu o auge. Consolidada a ocupação militar de Pernambuco, expandiu a conquista com a anexação do litoral das Capitanias do Ceará, Sergipe e Maranhão, mas fracassou na tentativa de conquistar a Bahia (1639) sobretudo por falta de meios. Após sete anos, mesmo tendo desenvolvido uma política conciliadora e tolerante, não conseguiu impedir contradições insolúveis. Divergências entre sua forma de governar e os lucros esperados pela WIC levaram-no a deixar o cargo e retornar à Europa em 23 de maio de 1644.

Maurício foi responsável por grandes benfeitorias à cidade, como construção de pontes, biblioteca, casas, zoológico, palácios, escolas, teatros, hospitais, fontes, jardim botânico, fundou a imprensa pernambucana entre outras coisas.

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