segunda-feira, 21 de maio de 2012

Guerra dos Mascates


Com a expulsão dos holandeses do Nordeste do Brasil, a economia da região, dependente do açúcar, sem capitais para investimento em lavouras, equipamentos e mão-de-obra (escrava), e com declínio dos preços do produto no mercado internacional, devido à concorrência do similar produzido nas Antilhas, entrou em crise.
Os latifundiários pernambucanos não aceitaram a emancipação político-administrativa do Recife, até então uma comarca subordinada a Olinda. A emancipação de Recife foi percebida como uma agravante da situação dos latifundiários locais (devedores) diante da burguesia lusitana (credora), que por esse mecanismo passava a se colocar em patamar de igualdade política.
A concorrência afetou os ricos senhores de engenhos de Olinda, que não obtiam mais lucros com o açúcar e não tinham como pagar suas dividas. A única saída era pedir dinheiro emprestado. Os Comerciantes eram chamados de Mascates e viviam em Recife, eles tinham dinheiro para emprestar, mas cobravam juros altíssimos, causando um endividamento ainda maior dos Olindenses.
Quando estava sendo concretizada a separação entre as duas cidades, em 1710, os senhores de Olinda se revoltaram, tendo como um dos chefes o proprietário de engenho Bernardo Vieira de Melo. Sem condição de resistir, os comerciantes mais ricos de Recife fugiram para não serem capturados. A metrópole interveio na região, em 1711, prendendo os líderes da rebelião. Recife foi elevada a condição de capital de Pernambuco.
Após a vitória dos mascates comerciantes, percebem o predomínio do comércio em relação à produção colonial que já ocorria já que os senhores de Olinda pegavam dinheiro emprestado a juros com os mascates para conseguirem manter seu sistema colonial.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Batalhas dos Guararapes


As Batalhas dos Guararapes foram duas batalhas travadas entre as tropas invasoras neerlandesas e os defensores luso-brasileiros no Monte dos Guararapes, atual município de Jaboatão dos Guararapes, no estado de Pernambuco.
 
Por terem sido vencidas pelos luso-brasileiros destacam-se como episódios decisivos na Insurreição Pernambucana, que culminou no término das Invasões holandesas do Brasil, no século XVII.
A primeira batalha ocorreu em 19 de abril de 1648, e a segunda em 19 de fevereiro de 1649. A primeira Batalha dos Guararapes é simbolicamente considerada a origem do Exército Brasileiro devido a ser o episódio onde de acordo com as correntes historiográficas tradicionais em História do Brasil, esse movimento assinala o início do nacionalismo brasileiro, pois os elementos étnicos brancos, africanos e indígenas fundiram os seus interesses na luta pelo Brasil e não por Portugal. Foi esse movimento que deu à população local a verdadeira compreensão de seu valor, incutindo no povo o espírito de rebeldia contra qualquer tipo de opressão.
A história do Exército Brasileiro começa oficialmente com a independência do Brasil. Entretanto, mobilizações de brasileiros para guerra existem desde a colonização do Brasil. A data da primeira Batalha dos Guararapes (19 de abril de 1648), no contexto das invasões neerlandesas do Brasil, na qual o exército adversário dos Países Baixos foi formado genuinamente por brasileiros (brancos, negros e ameríndios), é tida como aniversário do Exército Brasileiro.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Insurreição pernambucana (Guerra da Luz Divina)


Maurício de Nassau mandou construir pontes, palácios, iniciou a urbanização do que hoje é conhecido como o bairro de Santo Antônio na capital pernambucana, incentivou as artes e as ciências, retratou a natureza do novo mundo através de seus dois artistas Frans Post e Albert Eckhout. E com relação à exploração da colônia, foi tolerante com os senhores de engenho, os quais deviam muito à WIC. Foi igualmente tolerante com o judaísmo e o catolicismo, deixando que se professassem todas as religiões livremente. Preferia não penhorar engenhos nem sufocar revoltas com crueldade. Enfim, procurava fazer a administração contrária ao que queriam os senhores da WIC.
No nordeste do Brasil, os engenhos de cana-de-açúcar viviam dificuldades num ano de pragas e seca, pressionados pela Companhia das Índias Ocidentais, que sem considerar o testamento político de Nassau, passou a cobrar a liquidação das dívidas aos inadimplentes. Essa conjuntura levou à eclosão da Insurreição Pernambucana, que culminou com a extinção do domínio neerlandês (holandês) no Brasil.
A insurreição pernambucana, também referida como Guerra da Luz Divina, Ocorreu no contexto da segunda das Invasões holandesas ao Brasil, culminando com a expulsão dos neerlandeses da região Nordeste. Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania. O movimento integrou forças lideradas por André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão.
João Fernandes Vieira - Senhor de engenho de origem portuguesa, que em 1645 foi o primeiro signatário do pacto então selado no qual figura o vocábulo pátria pela primeira vez utilizada em terras brasileiras. Na função de Mestre-de-Campo, comandou o mais poderoso terço do Exército Patriota nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649). Por seus feitos, foi aclamado Chefe Supremo da Revolução e Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco.
André Vidal de Negreiros - Brasileiro que mobilizou recursos e gentes do sertão nordestino para lutar ao lado das tropas luso-brasileiras, um dos melhores soldados de seu tempo, tomou parte com grande bravura em quase todos os combates contra os holandeses.
Felipe Camarão - Indígena brasileiro da tribo potiguar, à frente dos guerreiros de sua tribo organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores. 
Henrique Dias - Brasileiro filho de escravos, conhecido como governador da gente preta, recrutou ex-escravos afro-brasileiros oriundos dos engenhos assolados pelo conflito e dominados pelos invasores
Antônio Dias Cardoso - Foi um dos principais líderes da Insurreição Pernambucana e comandou um pequeno efetivo que venceu a batalha dos Montes das Tabocas contra uma tropa muito maior liderada diretamente por Maurício de Nassau e posteriormente também em menor número venceu em Casa Forte a tropa neerlandesa comandada pelo coronel Van Hans, Comandante-Geral holandês no Nordeste do Brasil.

sábado, 5 de maio de 2012

Festa da Lavadeira

Para comemorar o 1ª de maio dia do trabalhador, o Recife Antigo, recebeu a tradicional festa da lavadeira. Na sua 26ª edição, a primeira fora da praia do Paiva no Cabo de Santo Agostinho.
Foram montados quatro palcos: Mar, Rio, Lama e Terra. Onde aconteceram mais de 50 atrações, além dos cortejos.
O Palco do Mar foi o do Marco Zero onde se apresentaram orquestras de frevo, Grupos de Samba, Maracatus e Afoxés. Com as apresentações de Claudionor Germano, Nono Germano e Lia de Itamaracá.
O Palco do Rio foi Montado na Rua do Obeservatório onde se apresentaram: Forró de oito baixos, Rabeca, Mazurca, Grupos de côco, Pretinhas do Congo e Afoxés.
O Palco da Lama ficou na praça do arsenal onde se apresentaram grupos de côco, Pastoril, maracatu, pife, samba de roda e mazurca.
O Palco da Terra ficou situado na Rua da Moeda onde aconteceram as apresentações da escola de samba preto velho, dos bonecos gigantes de Olinda, da troça pitombeira dos quatros cantos, Afoxés e os cortejos que saíram da rua da moeda em direção ao Marco Zero.
A festa da lavadeira é o maior evento de cultura popular do Brasil, onde a região nordeste mostras suas raízes numa festa de que tem a proposta do resgate da identidade do povo, do fortalecimento da memoria cultural através da cultural popular. A cultura Negra!
Por questões politicas e da especulação imobiliária o evento foi transferido para Recife em meio a muitos protestos com a argumentação de perca de identidade e a falta de contato com a natureza. Mas o evento em Recife ganhou um “Plus”, o Recife Antigo é uma vitrine e valorizou muito mais o evento. A resposta veio logo nesse primeiro ano que o Recife recebeu a festa, com um público superior a expectativa 150 mil pessoas, enquanto no Paiva o público era de 80 mil. Além de o Público ter quase dobrado, foi apenas o primeiro ano, a expectativa para os próximos é que esse número aumente ainda mais.





sexta-feira, 4 de maio de 2012

Maurício de Nassau

Maurício de Nassau teve uma formação Protestante, laços de parentesco com famílias nobres neerlandesas, que o levou a ingressar, em 1621, na carreira militar a serviço dos Países Baixos. Nassau convivia com artista e homens de letra. Em 1632 Nassau, entusiasta da arquitetura, começou a construir a luxuosa Mauritshuis, em Haia, projeto do famoso arquiteto Jacob van Campen. Na execução desta obra veio a comprometer os seus recursos, pois as despesas ascenderiam a meio milhão de florins.
Essa foi razão, para Maurício de Nassau aceitar o convite da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (WIC) para administrar os domínios por ela conquistados na região Nordeste do Brasil (1636), Capitania de Pernambuco, recebendo uma ajuda de custo de 6.000 florins (equipamento) e salário mensal de 1.500 florins, o soldo de Coronel do Exército, além de uma participação de 2% sobre os lucros. E com todas as despesas pagas de seus dezoito criados, seu medico e seu secretario. Nassau prestou juramento perante comprometendo-se pelo prazo de cinco anos a ser o Governador, Almirante e Capitão-General dos domínios conquistados e por conquistar pela Companhia das Índias Ocidentais no Brasil.
Chegou, expulsou os portugueses e foi recebido com alegria. Estabeleceu relações amistosas entre neerlandeses, comerciantes e latifundiários. Estes restauraram seus engenhos com empréstimos concedidos pela WIC, utilizados também na venda a crédito dos engenhos abandonados, visando restabelecer a produção de açúcar. Nassau incrementou no Nordeste a economia açucareira, introduziu métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo. Apesar de calvinista, permitiu a liberdade de culto entre os povos que foram atraídos para a Nova Holanda. Neste período foi fundada uma sinagoga no Recife, considerada a primeira das Américas. Decidido a transformar o Recife em uma moderna capital, Maurício de Nassau é responsável pelos atuais traçados urbanísticos de Recife como os bairros de Santo Antônio e São José, onde drenou terrenos, construiu canais, diques, pontes, palácios, jardins, um museu natural e um observatório astronômico. Organizou serviços públicos essenciais como o de bombeiros e de coleta de lixo.
Administrador eficiente e conciliatório, sob sua gestão (1637-1644) o domínio neerlandês no Brasil atingiu o auge. Consolidada a ocupação militar de Pernambuco, expandiu a conquista com a anexação do litoral das Capitanias do Ceará, Sergipe e Maranhão, mas fracassou na tentativa de conquistar a Bahia (1639) sobretudo por falta de meios. Após sete anos, mesmo tendo desenvolvido uma política conciliadora e tolerante, não conseguiu impedir contradições insolúveis. Divergências entre sua forma de governar e os lucros esperados pela WIC levaram-no a deixar o cargo e retornar à Europa em 23 de maio de 1644.

Maurício foi responsável por grandes benfeitorias à cidade, como construção de pontes, biblioteca, casas, zoológico, palácios, escolas, teatros, hospitais, fontes, jardim botânico, fundou a imprensa pernambucana entre outras coisas.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Invasão Holandesa


A tentativa fracassada da invasão as terras da Bahia casou um enorme prejuízo que só foi recuperado quatro anos depois, Ao receptar e saquear uma frota anual de carregamento de Prata extraídas nas colônias Americanas. Com esse novo recurso os neerlandeses organizaram uma nova expedição, desta vez o alvo era a Capitania de Pernambuco, Por ser menos defendido e também pela localização, visando os lucros.
A intenção era restaurar o comercio de açúcar com os países baixos, proibido pela coroa espanhola. Com uma esquadra, com 64 navios e 3.800 homens, em Fevereiro de 1630, conquistam Olinda e depois Recife. Mesmo com a vitória as forças neerlandesas foram reforçadas por mais 6.000 homens, enviado da Europa para assegurar a posse da conquista. A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização neerlandesa. Por essa razão, a W.I.C. começou a traficar escravos da África para o Brasil.
 A resistência liderada por Matias de Albuquerque concentrou-se no Arraial do Bom Jesus, com táticas indígenas de combate, a resistência obrigou o invasor a reforçar o perímetro urbano de Olinda e o Porto de Recife.
Entretanto, com o tempo, alguns senhores de engenho de cana-de-açúcar aceitaram a administração da Companhia das Índias Ocidentais por entenderem que uma injeção de capital e uma administração mais liberal auxiliariam o desenvolvimento dos seus negócios. Domingos Fernandes Calabar, considerado historicamente como um traidor ao apoiar as forças de ocupação e a administração neerlandesa.